terça-feira, 3 de março de 2009


COMPORTAMENTO

Perseguição virtual

Com a chegada do bullying ao ciberespaço e com um número maior de jovens acessando a internet, família e escola precisam prestar atenção aos maus usos da web.
Que a internet é uma excelente fonte de pesquisa e de aprendizado para os adolescentes, todo mundo já sabe. Porém, o mau uso da web também pode gerar muita dor de cabeça para a garotada. E não é só por causa dos conteúdos impróprios. Alguns jovens utilizam a rede mundial de computadores para intimidar e humilhar colegas de escola ou amigos da rua que, por vários motivos, não conseguem se defender. O nome dessa prática é ciberbullying e tem com principal ferramenta as redes sociais, mensagens SMS e comunicadores instantâneos.

O bullying é uma manifestação de violência, geralmente na escola, que é repetitiva e tem como intenção maior ofender um colega, sem motivo evidente. Na maioria das vezes, as principais estratégias utilizadas são agressões físicas e verbais, como provocações e apelidos. “É possível, sim, desmoralizar a vítima também pela internet”, explica a professora de Ética da Universidade Católica de Brasília (UCB) Janete dos Santos. Não faltam meios para que os jovens sofram e pratiquem o ciberbullying.

Redes sociais e programas de bate-papo são os meios preferidos pelos agressores virtuais. A diretora pedagógica do Ciman, Lucy Aiffami, acredita que a internet pode potencializar os efeitos do bullying. “Na migração para o mundo virtual, o problema toma uma dimensão muito maior, mais preocupante”, comenta. A professora da UCB concorda com a educadora. “É uma ferramenta que está à disposição dos jovens, mas eles não têm noção do alcance. Na rede, a exposição da vítima aumenta muito”, ressalta Janete. A ONG espanhola Protégeles, que analisa a relação entre crianças e novas tecnologias da informação, concluiu que 60% das vítimas de ciberbullyng são meninas. Segundo dados da pesquisa, a maioria das vítimas desses ataques virtuais tem entre 13 e 14 anos e 10% são menores de 10 anos de idade.
Como evitar

Os especialistas ouvidos pelo Correio concordam que a melhor forma de evitar o ciberbullying é envolver a escola e a família. A professora de ética da UCB Janete dos Santos entende que os pais precisam participar mais da vida digital dos filhos. “É preciso averiguar o tempo de navegação e, quem sabe, até pedir um relatório dos sites visitados”, comenta ela. Para Adriana Kampff, as instituições de ensino não podem fugir da educação digital. “As escolas têm que abordar esse tema, falando sobre as posturas adequadas na internet”, opina. A diretora pedagógica conta que, no colégio, algumas matérias são voltas a discutir esse tópico. “Nós temos aulas de comunicação eletrônica, ética e cidadania e filosofia, que buscam orientar os jovens”, explica.
Quem procurar

Na maioria das vez, o ciberbullying não traz ameaças à integridade física das vítimas. Geralmente, as ações são provocações e intimidações. Nesses casos, é importante que a família do agressor e da vítima tentem resolver o problema e procurem a escola para que ela também participe da discussão.
Preste atenção
Bate-papo

Outra maneira utilizada por quem comete ciberbullying são os programas de mensagens instantâneas. Muito popular entre os jovens, esse tipo de software possibilita que os usuários conversem pela internet.
Lista de amigos

Durante as conversas, os jovens contam muitos segredos sem ter certeza de quem está do outro lado e os praticantes do ciberbullying se aproveitam para gravar essas conversas e espalhar pela rede.
Mensagens

Como as mensagens são passadas instantaneamente, o diálogo é semelhante ao ocorrido cara a cara. Por isso, os agressores aproveitam para mandar várias mensagens com ameaças e agressões.
Proteção

Os programas de bate-papo oferecem funções para bloquear usuários indesejados. Outra recomendação é não aceitar convites para conversar com desconhecidos e evitar diálogos íntimos ou importantes. Redes Sociais A preocupação com a ocorrência do ciberbullying nas redes sociais é tanta que foi assinado um acordo entre países europeus para combater a prática e proteger a privacidade dos internautas menores de 18 anos. Ele impede que os perfis dos usuários menores sejam encontrados pelas ferramentas de busca dos sites e pelos mecanismos de busca da internet.
Scraps

Uma forma comum de ciberbullying nas redes sociais é por meio dos pequenos recados deixados no perfil do usuário. Os comentários podem trazer agressões e ameaças, muitas vezes anônimas.
Fotos

O usuário deve tomar cuidado com imagens que exponham a ele mesmo, amigos, namorados ou familiares. O problema está nos comentários, muitas vezes agressivos, sobre as fotos.
Proteção

No Orkut, por exemplo, é possível apagar e denunciar para o servidor scraps que contenham abusos e agressões. Também é possível ativar filtros que permitam somente comentários de amigos, como no Facebbok.
Perfis Anônimos

Outra prática comum nas redes sociais é a criação de perfis anônimos. Os jovens criam contas falsas, geralmente sem fotos e endereços de e-mail, nos sites e se escondem atrás delas para ofender colegas. Blogs São diários nos quais os jovens contam sobre as atividades cotidianas. Nos blogs, é importante prestar atenção aos assuntos e aos comentários abordados pelos usuários.
Posts

Muitos jovens postam coisas íntimas (como paixões e namoros) e acabam ficando muito expostos a agressões e intimidações. Outra possibilidade é criar blogs falsos para humilhar as vítimas.
Comentários

Nos blogs é permitido que outras pessoas comentem os posts. Nesses espaços os jovens praticam o ciberbullying escrevendo comentários para intimidar o dono do diário, como nos scraps das redes sociais.
Proteção

A melhor solução é moderar os comentários. Dessa forma, o usuário pode controlar os recados que serão publicados. Outra recomendação é os pais se atentarem para os casos de abuso em posts e comentários.

Um comentário:

Gleyson♥Delicia's.com♥ disse...

isso já aconteu comigo muitas vezes.
por isso CADEIA neles!!!
kkkkk