Os 7 desafios do novo Windows
Depois do estrondoso fracasso do Windows Vista, a Microsoft lança nova versão de seu sistema operacional correndo atrás dos avanços da concorrência
O Windows 7 chega para substituir um dos lançamentos da Microsoft mais questionados, o Windows Vista. Com a pretensão de se tornar um sistema operacional que respondesse aos avanços do Mac O.S., próprios dos computadores da Apple, o predecessor do Sete não convenceu nem os usuários domésticos nem os corporativos, que não viram vantagem em atualizar os recursos de suas máquinas para suportarem a novidade pesadona. Com o pé atrás dos consumidores, a empresa de Bill Gates se viu obrigada até a adiar o fim do bom e velho Windows XP, lançando ainda em 2001.
Agora, a Microsoft lança o Windows 7 reconhecendo suas semelhanças com o Windows Vista, mas prometendo um sistema operacional melhorado e mais estável. Durante a apresentação da novidade, que foi antecipada para a edição deste ano da Consumer Eletronic Show 2009, realizada em janeiro, em Las Vegas, o executivo da empresa Michael Dunner detalhou os problemas do Vista e chegou a classificar o User Account Control (UAC), responsável por impedir alterações desautorizadas no PC, como aborrecedor e o chamou de um dos “maiores problemas” do sistema.
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Mais rápido O Windows Vista iniciava, inicializava e não terminava de ligar. Uma das promessas da Microsoft é de que o Windows 7 deve levar menos tempo para ligar. Num primeiro momento, a agilidade adicional é notada no novo SO, mas a forma como ele entra e sai do modo de espera são confusas e levam o usuário a ter de resetar o PC. Mais estável Para conquistar os usuários corporativos, que realizam atividades críticas com seus computadores, o Windows 7 tem de ser bem mais confiável que seu irmão mais novo.
Esse foi um dos principais motivos que determinaram o fracasso do Vista, já que empresários desconfiaram da novidade e preferiram manter o XP. A primeira impressão é de que o Sete, mesmo ainda em versão beta, não prima muito pela constância. Até atividades simples como anexar um documento no e-mail param o sistema. Mais seguro A plataforma Windows faz funcionar quase 90% dos computadores de todo o mundo, por isso, é o principal alvo de malwares, vírus e cavalos-de-troia, que se aproveitam de brechas nos sistemas operacionais e programas para invadir e roubar informações.
O Windows 7 não começou bem nesse quesito, inclusive, com um bug que não permite que os usuários instalassem alguns antivírus. Mais adaptável Um dos motivos para a sobrevida do Windows XP foi a impossibilidade do Vista de rodar em notebooks com configurações mais básicas, como os netbooks, que usam o XP. Mas a promessa de Steve Ballmer, chefe executivo da Microsoft, é de que o Windows 7 será o usado em todos os dispositvos. No lançamento, falou-se que o sistema operacional ajudará na convergência entre a TV, os smartphones e os PCs. Menos exigente Na largada, Vista e 7 partem mais ou menos juntos nas exigências que fazem de hardware para rodar. Os dois recomendam 1GB de memória RAM, com o Vista pedindo 2GHz de processador e o Sete apenas 1GHz. O sistema mais novo ainda consegue adotar os principais recursos visuais (como o Aero) com apenas 128MB de vídeo, contra 256MB de seu antecessor. Mas para caber nos pequeninos netbooks (com telas de até 10 polegadas), os números mínimos ainda terão de diminuir muito. Mais fácil O Windows Vista quebrou vários paradigmas em relação aos seus antecessores. E tantas mudanças deixaram tudo mais difícil. Caso do UAC, que deixa qualquer usuário menos experiente assustado com os avisos seguidos pedindo confirmação para atividades simples, como rodar uma atualização do antivírus. O 7 já deu uma grande ajuda possibilitando mudar isso logo na telinha que faz os avisos. Mais sensível A grande novidade do Windows 7, pelo menos para o marketing da Microsoft, é o suporte do sistema a telas sensíveis ao multitoque, possibilidade popularizada pelo iPhone. Agora é esperar por computadores que façam essa mágica acontecer e utilizem esse recurso.
Primeiras impressões
Instalação do sistema operacional é sensivelmente mais simples que a de seus antecessores. Os drives são facilmente reconhecidos e instalados automaticamente. Problema fica por conta de incompatibilidades.
O iniciar ficou mais inteligente. com duas seções, uma mostra os programas usados e a outra guarda informações mais recentes de cada um
O Windows Media Center parece feito na medida para ser manipulado com o novo touchscreen
Dá para adicionar um link na nova barra inferior usando o menu contexto, mais fácil e rápido
A barra inferior aglomera os programas abertos em ícones, não mais em botões retangulares
Mais customização:os gadgets saíram das laterais e podem ser espalhados pela área de trabalho
Instalar o Windows 7 é muito fácil. Em um PC com configuração média (Core 2 Duo, HD de 250 GB, 2GB de RAM e placa de vídeo offboard de 512 MB) o processo todo foi muito rápido. Em vez de criar uma partição nova para que o sistema convivesse com o Windows XP, já instalado na máquina, a opção foi colocar o 7 por cima. Logo de cara, o programa de configuração já reconhece o sistema antigo e oferece solução para a confusão: ajeitar tudo de velho em uma pasta específica, que fica acessível depois do processo terminado.
Depois das opções confirmadas, o instalador abriu uma telinha com o andamento da cópia e extração dos arquivos e mostrou outra faceta do Windows 7, o humor nos avisos no melhor modo Google. “Entamos executando a instalação e isso é tudo o que você precisa saber por enquanto”. Logo (em mais ou menos 25 minutos)o processo terminou e, como o prometido, todos os arquivos anteriores continuavam na pasta indicada. Então, começaram os problemas. Primeiro, a maioria dos programas instalados no XP não funcionava mais. Essa reação não é tão inesperada, já que o sistema operacional que já estava instalado não é o Vista, quase irmão do Windows 7. O problema é que, quando alguns softwares foram reinstalados, continuaram não funcionando. É o caso do controlador do adaptador Wi-fi da placa-mãe. Enquanto o Windows anunciava que o drive do recurso funcionava adequadamente, nenhuma rede era reconhecida pelo computador. Nem um compatibilizador do SO, que deveria reinstalar os programas da forma que o Windows 7 pedia, foi capaz de fazer alguns deles funcionarem. Mas na hora de se usar os softwares da casa, o novo sistema deu show. O Paint foi repaginado e traz funções extras, como desenhos predefinidos, em formato de nuvem, por exemplo.
O Windows Media Center, só disponível em versões avançados do Windows Vista, organiza bem os arquivos de áudio e vídeo, com uma interface que promete ser bem amigável ao uso com os dedos no multitouchscreen. O visual também melhorou muito. A barra inferior do desktop cresceu e unificou o quick-launch aos botões correspondentes das janelas abertas. Agora, tudo vira um grande ícone e pode-se visualizar o que está aberto passando o mouse sobre cada um. Os gadgets, pequenos programinhas que anotam recados, mostram as horas ou trazem RSS, deixaram as barras laterais e agora podem ser espalhados pela tela, da forma como preferir o usuário. Outra novidade interessante está no papel de parede, que não precisa mais ser só um. Dá para escolher várias imagens e o Windows vai trocando.
Outra grata novidade é o novo menu iniciar. O novo recurso aglomera no primeiro menu, como acontecia antes, os programas instalados na máquina. A melhoria fica por conta do menu de contexto criado para cada um dos softwares mais usados. Parando-se o mouse sobre o Paint, por exemplo, aparecem os últimos desenhos salvos. Quando se para sobre outros recursos, ficam habilitadas opções para executar as tarefas relacionadas. Tudo mais fácil. Lembrando que esta é apenas a primeira versão do Windows 7 disponibilizada pela Microsoft para teste (beta), o novo sistema promete, no mínimo, ser melhor que seu fracassado antecessor. Ele está mais rápido na inicialização e mais ágil ao executar as tarefas simples, tudo isso com dificuldades para o predecessor. Mas, para convencer chefes de informática das empresas mundo afora que é hora de trocar o XP, o Sete ainda tem de solucionar problemas sérios de instabilidade e incompatibilidade, não vistos nem no Vista. Para quem conseguir um PC com uma tela sensível ao toque, a novidade pode ficar melhor ainda.